As contribuições de um ecossistema de inovação para a gestão de incubadoras de empresas integrado com o Modelo Cerne — Anprotec: estudo de caso Incubadora Tecnológica Hestia da UFRGS.
Ecossistema de inovação; incubadoras de empresas; Modelo Cerne — Anprotec.
Este estudo se propôs a analisar as contribuições de um ecossistema de inovação para a gestão de incubadoras de empresas integrado com o Modelo Cerne — Anprotec. A escolha da organização, objeto deste estudo, é uma incubadora de empresas de base tecnológica, pertencente a um ecossistema de inovação acadêmico de uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) pública federal, fundada no ano de 2004. No cenário dinâmico dos ecossistemas de inovação, a interação entre empresas e universidades, apoiada pelo governo, estimula o processo de transferência de tecnologia, cujo propósito fundamental é a transformação do conhecimento científico e tecnológico em inovação. Esta área apresenta oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos e serviços para a sociedade, muitas vezes, oriundos de empresas nascentes (startups). Neste contexto, os ecossistemas de inovação promovem a interação entre os empreendimentos e os ambientes de inovação, constituídos pelas incubadoras e parques científicos e tecnológicos. As incubadoras de empresas, presente em todas as capitais do país, atuam como uma estratégia importante para que pequenos e médios municípios consigam alavancar o desenvolvimento econômico. Entretanto, foi necessário sistematizar processos, adaptar a estrutura física e tecnológica, os serviços oferecidos aos empreendimentos apoiados por estes ambientes para obter êxito empresarial durante o percurso de incubação de negócios e maiores taxas de sobrevivência de empresas graduadas no mercado. Com essas demandas, e acompanhando o cenário internacional, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores — Anprotec e o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas — Sebrae propuseram o Modelo Cerne (Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos). Os processos desse modelo podem convergir positivamente para com as ações do ecossistema de inovação local, regional, nacional e internacional. Para isso, o método utilizado nesta pesquisa foi o estudo de caso classificado como exploratório, com abordagem qualitativa. Os dados qualitativos foram analisados pela técnica científica de análise de conteúdo. Como principal resultado observa-se que o Cerne Nível 4 é o grau que consolida a relação e a interação do ecossistema de inovação com as incubadoras de empresas, porém não necessariamente o nível 4 que é essencial para implementar esta interação. Por isso, é salutar que desde a implementação da incubadora, inicie-se a conexão com o ecossistema e outras redes de inovação locais, regionais e internacionais, tanto público quanto privado. Esta interação deve ser fortalecida e integra o próprio processo de consolidação de um ecossistema de inovação, o qual tem por objetivo conectar os atores e promover a colaboração. Ao estabelecer estas relações, há ganhos para todos os envolvidos, de modo a unir esforços comuns e ampliar os benefícios destas conexões colaborativas. Do ponto de vista gerencial, a pesquisa se finaliza com a escrita de um relatório técnico com recomendações de ações para a Incubadora Tecnológica Hestia em conjunto dos atores do Ecossistema de Inovação UFRGS para os Processos-Chave dos níveis de certificação propostos pelo Modelo Cerne — Anprotec.